Não tenho o dom da palavra e muito menos o da escrita mas vou tentar escrever com o coração para vos poder transmitir tudo o que senti nesta festa.
O Colégio estava decorado a rigor, nada de muito pomposo, mas simples e personalizado, todos aqueles enfeites tinham as mãos dos nossos meninos, cada letra daquelas foi decorada por eles.
No canto oposto do páteo viam-se as cadeiras com os nomes dos finalistas.
Confesso que ao ler os seus nomes o meu coração ficou apertadinho e antecipei o que iria sentir para o próximo ano, quando também o meu pestinha fosse finalista.
Os pais e familiares estavam sentados, a festa ía começar .
Entraram os finalistas e padrinhos com as respectivas educadoras, aquelas que tinham passado com eles os primeiros anos das suas vidas, aquelas que lhes tinham mudado as fraldas, aquelas que lhes tinham acalmado o choro, aquelas que para além de lhes darem o comer quando eles ainda não o conseguiam fazer sozinhos e mais tarde ensinado a comer de faca e garfo, aquelas que lhes tinham ensinado pequenas grandes coisas sobre a vida, aquelas que também quando era preciso lhe tinham dado um ralhete...aquelas que estiveram para eles e com eles durante estes anos.
A palavra correcta é educadora mas elas foram e são muito mais que isso.
Eles, os nossos meninos, estavam LINDOS,todos vestidos a rigor, as meninas de vestido de "festa" e os rapazes de calção e camisinha.
Os finalistas usavam capa, personalizada por eles e cartola, estavam mesmo crescidos, e acho que é aí que nos dá aquele toque no coração e percebemos que eles cresceram o tempo não pára.
Havia um discurso para fazer, que não passou disso mesmo, porque a emoção e as lágrimas tomaram conta do momento e tudo foi resumido a poucas palavras que se tornaram únicas, não era necessário dizer mais nada, os nossos corações estavam em sintonia e essa comunicação era mais que suficiente.
Chegou a altura da entrega dos diplomas e cada nome que se ouvia anunciar meio cortado pela emoção, soava uma salva de palmas de orgulho e alegria.
Houve um nome que nos emocionou a todos, de uma menina especial que tem uma deficiência motora que teve dificuldades em entrar para uma "escolinha normal" só por ter um problema nas pernas que a obrigava a ter um aparelho para se poder deslocar, de resto igual a todos os outros amiguinhos, também ela era uma finalista, também ela chegara ao fim do ano com louvor, também ela fora capaz de chegar onde todos os outros chegaram, também ela vai para a primária. As pequenas dificuldades foram vencidas com a ajuda de todos, e naquele momento e em todos os outros nunca existiram diferenças.
Cartolas foram lançadas ao ar com grande alegria, e o meu pensamento foi mais além, quem sabe até ao dia da formatura.
Estavam felizes e isso contrastava com a nostalgia dos pais.
O Baile começou e todos nós ficámos rendidos e derretidos com os nossos filhotes, eles dançavam como crescidos com os seus pares, para cá e para lá com direito a rodopios pelo meio.
Caramba, eles estão mesmo crescidos! (pensei para mim)
A festa foi linda e sem dúvida muito emotiva, ainda agora ao escrever este post os meus olhos brilham.
Houve agradecimentos por parte dos pais, àquelas "pessoas" que continuam a ir muito além do seu trabalho, aliás aquele afecto, paixão, amor e já um pouco de saudade que ali se sentia era uma coisa indescritível e isso eu não consigo explicar por palavras.
Tudo isto continua a dar-me certeza que apesar de não ser eu a tomar conta dos meus filhos durante o dia eles estão no sitio certo, com as pessoas certas.
Se este ano os sentimentos estiveram assim, para o ano não sei como será.
É que para o pestinha Henrique este será o seu último ano na "escolinha" e desta vez o finalista será ele.