Eu sei que já foi quase há dois meses, mas a disponibilidade não tem sido muita e hoje se a Madalena coloborar irá ficar aqui registada a história de como ela chegou.
Dia 19 Julho, acordei como normalmente por volta das 7h15 para me começar a arranjar e depois arranjar o pestinha para o levar ao colégio, mas havia qualquer coisa que não estava bem, sentia-me cansada e com algumas dores que por vezes se transformavam em guinadas, suportáveis mas desconfortaveis.
Disse ao meu marido que era melhor ser ele a levar o pestinha, eu ía descansar mais um bocadinho.
Claro que desta vez na minha ideia, apesar de achar que pudesse ser alguma "novidade" não queria pensar que a Madalena também se fosse antecipar tal como o Henrique.
Telefonei para o escritório a avisar, e foi exactamente isto que disse:"Engº estou com algumas dores, se melhorar daqui a pouco estou aí, se não acho que vou para a maternidade!" - disse isto um pouco em tom de brincadeira.
Telefonei à tia I., a mesma tia que já tinha assistido ao nascimento do Henrique, ela veio ter comigo, e fomos beber um cafezinho e uma bola com creme, estava a apetecer-me tanto, e acho que nunca nada me soube tão bem!
As moinhas continuavam, perfeitamente suportaveis.
Chegámos à hora do almoço e estava mesmo a apetecer-me comida chinese, lá foi o meu irmão buscar para nós os dois, mais uma coisa que me soube tão bem, nem imaginam!
Desta vez quando fui à casa de banho, reparei que as cuecas estavam sujas, com uma coisa que parecia ranhoca e uns fiozinhos de sangue. Desta vez a situação já me era familiar, do Henrique tive os mesmos sinais e passadas algumas horas e nascia.
O meu coração bateu mais acelerado, não podia estar a acontecer novamente, ainda faltavam 4 semanas.
Ainda pensei que isto poderia passar e não ser nada.
Relaxei, ou pelo menos tentei e fui dormir uma soneca no sofá da sala, enquanto em fundo ouvia o barulho da televisão. Dormi duas horinhas, acordei muito bem, mas as moinhas agora já transformadas em pequenas dores continuavam.
Final da tarde, chegavam a casa o maridão e o pestinha e tinham trazido comida do MacDonalds, bem estava mesmo apetecer-me, aliás nesse dia só me apetecia "porcaria".
Comi com eles e por volta das 19h as dores começaram a intensificar-se e já sentia alguma pressão cá em baixo, como que algo a empurrar, não perdemos mais tempo, fomos para a maternidade H.S.F.X., tivémos de ir os três porque naquela altura não tínhamos ninguém para ficar com o pestinha.
Por volta das 19h30 estavamos lá, e eu a queixar-me que as dores começavam a ser muito fortes, se não podia ser vista já por um médico, acho que ninguém ligou muito ao que eu disse, embora a srª da recepção me mandasse lá para dentro para tentar falar com um médico.
Assim foi, tentei falar com o médico da sala da triagem, mas ninguém me prestava muita atenção, aliás ainda atenderam duas pessoas antes de mim, que nem se quer estavam grávidas.
Será que eu estava com um aspecto assim tão fresco?
Cheguei a ir a uma outra sala e estar um enfermeiro a ler o jornal e dizer que eu tinha de esperar.
Fiquei danada, até podia estar na hora de pausa, e até podia estar a ler o jornal, mas não devia ser ali numa de triagem não acham?
Enfim, finalmente o médico perguntou-me do que é que me queixava, e eu disse que estava com dores bastante fortes mas que ainda faltavam 4 semanas para o final do tempo.
Mandou-me deitar e fez o toque, 8 dedos de dilatação e mais uns termos técnicos que eu não percebi que indicavam que o parto estava quase, quase.
No corredor a enfermeira parteira veio ter comigo, deu-me a mão, o que me deixou super tranquila, e preparou-me para o parto, disse-me para fazer força sempre que sentisse uma contracção e assim foi, as dores eram fortes mas continuo a achar suportaveis.´
Às 21h30 nasce a Madalena, que anuncia a sua chegada com um choro bastante forte, de quem estava ansiosa para conhecer o Mundo, nasceu com 2.850kg e 48cm.
E eu ali deitada naquela cama, enternecida com aquela imagem, mais uma vez tinha assistido a um milagre o nascimento do meu 2º filho, neste caso uma rapariga cheia de genica.
Claro que o parto é um momento de dor, mas o seu proposito é tão grande que tudo fica "suavizado" quando temos o nosso bébé nos braços.
E todos os dias continuo parada vários minutos que facilmente se transformam em horas, a observá-la e a amá-la como se a conhecesse desde sempre.
Sem dúvida nenhuma que o meu amor se multiplicou, e hoje vê-los os dois juntos continua a ser uma coisa indescritivel.
Adenda-Posso dizer que a Madalena até colaborou, demorei apenas uma manhã a fazer este post. Nada mal, obrigada filhota ;o)